Esta história de que o ano só começa em Março não é bem assim


Estou de volta por aqui depois de haver me afastado para uma parada estratégica durante as semanas de festas. É assim que eu encaro esta parada de final de ano.

Quem é empreendedor não tem férias remuneradas, mas também merecemos dar uma paradinha de pelo menos duas semanas por ano, pois além de dar uma curtida e sair da rotina, esta é uma excelente oportunidade para meditar sobre tudo que rolou no período anterior, organizar ideias e preparar-se para o novo ciclo que inicia.

De hoje até o final deste ano teremos 49 semanas úteis. Sempre que escrevo busco produzir um texto muito próximo de uma conversa.  Portanto, podemos projetar pelo menos umas “49 conversas” entre nós até o final deste ano. Esta não é a minha única atividade, pelo que espero seguir encontrando tempo e inspiração para cumprir esta meta.

A conversa de hoje abordará o paradigma que vigora no Brasil de que, quando se trata de negócios, o ano inicia somente no mês de Março.

Eu sou um veterano com de 30 anos de estrada. Naquela época as pessoas tinham direito há 20 dias úteis de férias. Alguns anos depois a legislação mudou para 30 dias corridos. O usual naqueles tempos era programar férias para os meses de Janeiro e Fevereiro. Para muitos, tirar férias no mês de Dezembro era considerado quase um castigo.

O perfil das empresas era outro. A participação da indústria muito mais significativa do que hoje. Profissionais liberais e empreendedores individuais tinha uma representatividade bastante menor.

O comportamento dos profissionais assalariados em relação ao período de férias, associado ao perfil das empresas, período de Carnaval e retorno às aulas, provavelmente tenha gerado esta visão de que o ano somente iniciaria de verdade no mês de Março. Esta foi uma verdade por muito tempo e para muitos continua sendo.

O fato é que de lá pra cá muita coisa mudou. As estruturas foram enxugadas. O que antes era responsabilidade de 2 ou 3 pessoas, passou a ser responsabilidade de uma só. O conceito de remuneração variável passou a ser praticado por várias empresas. Alguns segmentos da indústria passaram a negociar férias coletivas no final do ano.  O empreendedorismo individual cresceu muitos de lá pra cá.

Provavelmente como resultado de tudo isto é que na minha visão, o percentual de pessoas que passou a aproveitar este período que inicia ao redor do dia 20 de Dezembro e normalmente vai até o dia 04 de Janeiro para tirar uns dias para descansar, aumentou muito. Quem como eu vive em uma cidade turística como Florianópolis, talvez perceba isto com maior clareza.

Nestes últimos anos venho percebendo inclusive que aqueles que ocupam posições de responsabilidade na iniciativa privada, sequer cogitam a possibilidade de se afastar por 30 dias em um período do ano de atividade plena. Para muitos setores de atividade, os meses de Janeiro e Fevereiro passaram a ser meses de atividade plena, mesmo que o segundo continue sendo um mês de 3 semanas devido aos feriados de Carnaval.

Os fatos indicam que este paradigma já foi quebrado, mas muitos ainda se apoiam nele para postergar algumas ações. O meu mundo é outro e o meu ano começa agora!!

E você o que acha de tudo isto?

Um abraço e vamos em frente (!!)

consultoria gratuita

Carlos Altafini
caltafini@gmail.com

Quando criança sempre gostei de escutar os mais velhos e aprender com eles. O tempo passou e hoje sou um veterano que tem prazer em compartilhar experiências e algum conhecimento acumulado durante a jornada. Nada mais natural portanto que após passar por um profundo processo de transformação digital, tenha me tornado um mentor em estratégias digitais. Este sou eu !!

4 Comments
  • Carlos Altafini
    Postado em 16:27h, 10 janeiro

    Olá Sergio,
    Muito obrigado pelo comentário e pela frase inspiradora:
    “Crie, inove, planeje, gerencie com honestidade, INCENTIVE AS BOAS ATITUDES E NEGÓCIOS E APOIE AJUDANDO A QUEM PRECISA”.
    Uma bela frase e que ganha ainda mais valor nestes tempos em que muitos olham somente para o seu próprio umbigo e querem vencer a qualquer custo.
    Entretanto, sei também que há muitas pessoas que pensam como nós mas infelizmente não tomam a iniciativa de manifestar esta opinião.
    Temos que convocar este povo a se posicionar mais, criando assim uma corrente positiva.
    Um abraço e “vamos em frente”

  • Carlos Altafini
    Postado em 16:17h, 10 janeiro

    Olá Eduardo,
    Muito obrigado pelo comentário e testemunho.
    Acho que temos opiniões e posturas muito semelhantes.
    A minha premissa é que nas crises é que surgem as grandes oportunidades.
    Um abraço e VAMOS EM FRENTE (!!)

  • Eduardo Savvas Psomiadis
    Postado em 19:12h, 09 janeiro

    No passado quando tinha minha própria empresa de fragrâncias, considerava o período de final de ano como o mais propício para aumentar minha carteira de clientes, pois justamente nestas paradas prolongadas, onde a maioria dos fornecedores literalmente paravam, existiam aqueles clientes que ou não se programavam com as compras, ou eram pegos de surpresa com pedidos inesperados e justamente, nessa hora é que surgia a oportunidade de uma nova venda para um novo cliente, mas hoje, com a modernização, isto fica mais difícil de acontecer. Faz-se importante criar estratégias para não perder oportunidades de vendas. O ideal seria se tivéssemos acesso aos estoques de todos os nossos clientes ( 100%) e atingindo-se o estoque mínimo, imediatamente fabricaríamos e entregaríamos o produto, sem a necessidade de follow up ou autorizações, e nos sobraria mais tempo para prospectar novas contas e novos projetos dentro dos clientes já existentes. A conclusão a que chego é que devemos estar antenados 100% com os nossos clientes e com o mercado, pois por um descuido, corremos riscos de sermos trocados por fornecedores concorrentes mais profissionais, pois o amadorismo nas vendas vem perdendo o espaço a cada dia. Desta forma, o ano não começa em março, mas sim, já começou no primeiro dia útil do ano e devem existir pessoas atrasadas para dar o start !!!

  • sérgio oliveira de faria
    Postado em 11:12h, 08 janeiro

    Concordo e estou junto nesta empreitada, até porque precisamos ajudar a mudar para melhor e sabemos o quanto a influência econômica do mundo atinge nossas vidas num todo. (crie, inove, planeje, gerencie com honestidade, incentive as boas atitudes e negócios e apoie ajudando a quem precisa). que Deus nos abençoe muito neste ano que já começou e obrigado pela sua iniciativa.

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