Transformação digital em empresas tradicionais – O tubarão e o peixinho


O objetivo deste texto é compartilhar uma opinião sobre o processo de transformação digital em empresas tradicionais.

Na maior parte da minha vida profissional, trabalhei ou prestei serviços para empresas com este perfil.

Mesmo depois que decidi empreender e criar o meu próprio negócio segui me relacionando com elas.

Já o meu processo pessoal de transformação digital começou em 2013 e logo se refletiu na minha empresas.

De de la pra cá, o processo de transformação digital em empresas tradicionais passou a estar no meu radar.

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Em Agosto de 2015 recebi de um amigo o link de uma matéria da Exame cujo título era Sem medo de ser digital .

O sub-título desta matéria tinha o seguinte texto:

 

Para driblar a concorrência e abrir novas frentes de expansão, grandes empresas tradicionais buscam uma estratégia digital para seus negócios

 

Naquela época este tema ainda era pouco explorado e a matéria destacava o processo da Magazine Luiza, que havia iniciado em 2014.

Outros casos semelhantes também eram mencionados e alguns pontos ficaram marcados na minha memória:

 

  • A consciência sobre a importância do envolvimento do alto escalão nestes projetos

 

  • A informação de que na época, entre as 300 maiores companhias do mundo, 116 tinham algum conselheiro especialista no digital

 

  • O fato de algumas empresas haverem criado um espaço físico separado para o digital

 

Alguns meses depois, em uma reunião com um parceiro de trabalho, sobre um caso real com o qual estávamos envolvidos, surgiu a metáfora do tubarão e do peixinho.

O tubarão representava a cultura tradicional da empresa e o peixinho era o projeto digital que estávamos assessorando.

Neste caso a transformação digital do negócio era uma decisão estratégica.

Os sócios e os gestores principais haviam decidido iniciar o processo de transformação digital da empresa.

A estratégia foi bem comunicada internamente, mas quando se tratou de criar um um novo espaço para o digital, os gestores relutaram.

No final a divisão não aconteceu pois fomos voto vencido.

Os dois times seguiram ocupando o mesmo espaço físico e a partir desta vivência, ficou claro o seguinte:

 

Mesmo que o projeto seja estratégico para a empresa e conte com o apoio do alto escalão, se o tubarão e o peixinho compartilharem o mesmo aquário, mais cedo ou mais tarde, o peixinho será devorado

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Confesso que lá atrás imaginei que no futuro o ano de 2015 seria lembrado com o ano da virada nesta questão da transformação digital.

Entretanto, a suposição de que várias empresas tradicionais decidiriam enfrentar esta questão não se confirmou.

Somente em 2017 começaram a surgir notícias neste sentido, mas sempre restritas as empresas de grande porte.

Atualmente o caso da Magazine Luiza é tratado como um exemplo de processo bem sucedido e inspira outras empresas.

Provavelmente a Gol seja uma destas empresas, pois li recentemente uma matéria que trata do projeto Startup GolLab.

A matéria deixa claro que os times estarão em “aquários separados” e esta informação me inspirou a escrever este texto.

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E como as empresas de porte médio estão tratando esta questão?

Quando se trata de empresas menores os projetos não tem a mesma atenção da mídia, mas tudo indica que a evolução é lenta.

A maioria dos empresários  já sabem que terão que enfrentar este monstro, mas seguem com receio de faze-lo.

Enquanto isso, neste exato momento alguém que tenha superado esta questão, pode estar criando algo que inviabilize o seu negócio.

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Entretanto as exceções existem e alguns dias atrás fiquei sabendo do caso de uma empresa com este perfil que é uma destas exceções.

Os sócios desta empresa decidiram enfrentar o processo, mas sabem que não estão preparados para conduzir o processo.

Por ter a humildade de reconhecer esta fragilidade contrataram um mentor experiente neste tema.

Esta mentoria durará inicialmente 1 ano e acontecerá em encontros quinzenais.

Em uma primeira fase somente os sócios participaram destes encontros.

Eles acontecerão fora da empresa e aos Sábados (excelente decisão), pois a intenção dos envolvidos é dar foco total ao tema.

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Será que finalmente as empresas tradicionais resolveram surfar nesta onda ou casos deste tipo seguirão sendo uma exceção?

 

O que você acha de tudo isso?

Você conhece ou participa de algum outro projeto deste tipo em empresas pequenas ou de porte médio?

Você concorda com a minha visão ou acredita que estou dando importância demasiada a este aspecto?

 

Compartilhe conosco qualquer vivência sua nesta área.

Se este texto e os seus comentários forem capazes de influenciar uma única empresa já poderemos comemorar este fato como uma vitória.

 

Era isso por hoje.

Um abraço e vamos em frente !!

Carlos Altafini
caltafini@gmail.com

Quando criança sempre gostei de escutar os mais velhos e aprender com eles. O tempo passou e hoje sou um veterano que tem prazer em compartilhar experiências e algum conhecimento acumulado durante a jornada. Nada mais natural portanto que após passar por um profundo processo de transformação digital, tenha me tornado um mentor em estratégias digitais. Este sou eu !!

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