Está chegando a vez das empresas de outsourcing comercial


Nos últimos seis meses não tenho escrito muito a respeito do tema outsourcing comercial, o que não quer dizer que este assunto tenha passado para um segundo plano ou perdido importância em relação a qualquer outro.

O que aconteceu durante este período é que, principalmente quando se trata do setor de empresas de base tecnológica, o conceito é entendido com muita naturalidade. A nossa base está em Santa Catarina, onde o polo tecnológico cresce cada vez mais e portanto faço esta afirmação com bastante convicção.

As empresas que atuam neste setor já nascem com um DNA diferente. Alguns conceitos como por exemplo o da inovação aberta (open innovation) ou desenvolvimento contínuo (beta perpétuo), são tão naturais como a possibilidade de terceirizar, total ou parcialmente, a  sua área comercial, o que na prática vem a ser o outsourcing comercial.

Este artigo trata do momento que as empresas que atuam neste setor estão vivendo e as perspectivas para aqueles que desejarem entrar neste tipo de serviço.

No ano passado eu publiquei alguns artigos sobre outsourcing comercial. O primeiro deles procurou definir o que afinal é outsourcing comercial. Naquela época o objetivo era tornar este serviço conhecido e buscar clientes, já que no Brasil pouco se falava sobre ele. Este objetivo era tão forte, que hoje quando volto a ler aquele texto, chego a envergonhar-me pelo seu caráter panfletário.

Em um segundo artigo, a proposta era deixar claro como o serviço se encaixaria na realidade das pequenas e médias empresas brasileiras, onde em algumas vezes o fundador não tem a experiência suficiente para tocar sozinho a parte comercial do seu negócio e na maioria dos casos, não está em condições de montar equipes próprias com profissionais experientes.

A partir daí começaram a surgir para nós as primeiras demandas por este tipo de serviço, com bastante interesse e ao mesmo tempo, muitas dúvidas em relação à nossa proposta. Foi o momento de comparar o outsourcing comercial com outras alternativas. O último artigo escrito com a proposta de explicar este serviço, já em seu título deixava claro que o sucesso de uma estratégia de terceirização da área comercial através do outsourcing comercial, exige convicção daqueles que tem a responsabilidade de tomar esta decisão.

De lá pra cá, tudo que foi publicado aqui sobre este assunto, buscava comunicar sobre as parcerias fechadas, sendo que no meu caso, elas se concentraram em empresas de base tecnológica.

O que me pareceu interessante dividir com todos aqueles que eventualmente tenham interesse em também oferecer este serviço, é o fato de que é fundamental um envolvimento grande com o contratante. Quem desejar criar empresas de outsourcing comercial devem considerar que não é possível administrar muitas parcerias ao mesmo tempo.

Outro ponto importante é a dificuldade para formalizar esta relação, pois no Brasil a questão da terceirização ainda é motivo de discussão no legislativo e até onde eu estou informado, não existe uma lei que respalde claramente a atividade de terceirização comercial, além da lei do representante comercial.

Até o momento as parcerias fechadas por nós estão respaldadas por um contrato de assessoria comercial e outro de representação comercial, tratando assim, de forma separada, duas atividades que são o cerne do outsourcing comercial.

Para finalizar, creio ser importante informar que a demanda atual por este tipo de serviço vem aumentando muito e supera a oferta de serviço existente. Acho importante testemunhar que, mesmo sem adotar alguma estratégia de prospecção ativa em relação a novos clientes, semanalmente recebemos consultas de empresas que desejam contar com o apoio de uma empresa de outsourcing comercial e na maioria das vezes não estamos em condições de assumir esta responsabilidade.

A demanda é tão grande que neste momento escrevo um artigo voltado para aqueles que poderiam ser considerados como concorrentes. Entretanto, no meu ponto de vista, quanto maior o número de empresas que ingressem na atividade, maior a consolidação do conceito, com vantagens para todos os envolvidos.

Além do mais, acredito também que todo veterano como eu, além de lutar por manter-se atualizado e em forma, deveria dedicar parte do seu tempo para disseminar conhecimentos por aí, ajudando a criar novos quadros em sua atividade, independente de qual seja ela. No meu caso, estou totalmente aberto para escutar outras opiniões e se alguém achar conveniente, ajudar de alguma forma.

Dúvidas? Pergunte ao veterano.

Um abraço e vamos em frente (!!)

terceirização

Carlos Altafini
caltafini@gmail.com

Quando criança sempre gostei de escutar os mais velhos e aprender com eles. O tempo passou e hoje sou um veterano que tem prazer em compartilhar experiências e algum conhecimento acumulado durante a jornada. Nada mais natural portanto que após passar por um profundo processo de transformação digital, tenha me tornado um mentor em estratégias digitais. Este sou eu !!

3 Comments
  • Carlos Altafini
    Postado em 08:23h, 19 junho

    Olá Cassiano. Obrigado pelo comentário. Com relação a estratégia que você cogita em relação a representantes, infelizmente não creio que ela possa gerar os resultados que você espera. Para você ter mais informações sobre o assunto, sugiro que consultes o Core-SC e apresente esta estratégia de remuneração para análise da área jurídica do conselho, mas até onde tenho conhecimento a legislação não admite a possibilidade de redução de comissões. Para poder opinar melhor, seria necessário conhecer o tempo médio de fechamento de uma venda do seu produto e avaliar a possibilidade de criar uma estratégia de Inbound Marketing. Você está adotando alguma ação nesta área? Caso você queira conversar um pouco mais não deixe de entrar em contato. Abraço

  • Cassiano
    Postado em 10:00h, 17 junho

    Muito bom o artigo Carlos. Tenho uma startup de SaaS imobiliário e chegamos ao ponto em que a distribuição começa a ser o nosso maior gargalo. Comecei a estudar como criar uma rede de representantes e me deparei com o seu artigo em pesquisas do Google. Muito bom o artigo, estou lendo outros do blog. Não sei se tu pode responder isso, mas gostaria de saber se é legalmente possível e saber tua opinião sobre criar uma proposta do tipo: uma remuneração 100% variável em cima de um percentual regressivo mês a mês da mensalidade de cada novo cliente. Por exemplo, digamos que para novo cliente o representante ganhe 40% da mensalidade no primeiro mês, 30% no segundo, 20% no terceiro, até estabilizar em 10% por X meses. Um contrato de 10 meses digamos, e mais alguns bônus caso cumpram metas. O principal motivo de adotar um modelo assim é porque estamos em bootstraping e nossa renda ainda é muito baixa então não podemos contratar nem prometer salário.

    Abraço.

  • Roberto Buhle
    Postado em 20:39h, 15 agosto

    Prezado Carlos,

    Muito bem colocada a sua visão em relação as empresas de outsourcing comercial.

    Abraço.

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